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Associação dos Detetives do Brasil

Apostila – Investigação Privada

Autor: Venâncio Melo – Presidente ADB

Capítulo 5 – Técnicas de Investigação
Apostila: Formação em Investigação Privada – ADB
Autor: Venâncio Melo • Instituição: Associação dos Detetives do Brasil

Capítulo 5 – Técnicas de Investigação

As técnicas de investigação são o conjunto de métodos práticos utilizados pelo detetive particular para obter informações de forma discreta, organizada e lícita. Não se trata de “truques”, mas de procedimentos sistemáticos, que combinam observação, planejamento, disciplina e registro técnico.

Este capítulo apresenta algumas das principais técnicas utilizadas na investigação privada moderna, com foco em:

5.1. Vigilância e acompanhamento (follow)

A vigilância é a base da investigação em campo. Consiste em observar, acompanhar e registrar a rotina do investigado sem ser percebido, tanto em ambiente urbano quanto em deslocamentos.

Tipos principais:

5.1.1. Princípios da vigilância eficaz

5.1.2. Follow a pé

No acompanhamento a pé, o detetive se mistura ao fluxo de pedestres. Alguns cuidados:

5.1.3. Follow motorizado

No acompanhamento com veículo, o risco de perda de contato aumenta. Técnicas básicas:

5.2. Montagem de rota

A montagem de rota é a técnica usada para mapear o deslocamento habitual do investigado, identificando:

Uma rota bem montada permite ao detetive:

5.2.1. Passos para montar uma rota

  1. Coleta inicial com o cliente
    Endereços conhecidos (casa, trabalho, familiares, locais suspeitos).
  2. Reconhecimento prévio (sem o investigado)
    O detetive percorre a região antes, identifica ruas de saída, retornos, estacionamentos, pontos cegos e possíveis locais de observação.
  3. Primeiros dias de vigilância leve
    Objetivo é observar apenas a rotina geral, sem pressionar.
  4. Registro de horários e trechos
    Tudo anotado em diário de campo (horário de saída, caminho usado, onde para, por quanto tempo, com quem se encontra).
  5. Desenho da rota
    Pode ser feito em aplicativo de mapa ou em croqui manual.

5.2.2. Tipos de rota

Dica Operacional: quanto melhor for a montagem de rota, menos o detetive dependerá de improviso. Improviso em excesso é sinal de falta de planejamento.

5.3. Ponto fixo e campana

Ponto fixo é a posição em que o detetive permanece parado, observando um local específico. Campana é a operação prolongada de vigilância em ponto fixo.

5.3.1. Escolha do ponto

Um bom ponto fixo deve:

5.3.2. Veículo em campana

Em campanas dentro do veículo:

5.4. Abordagem indireta e entrevistas informais

Muitas vezes, informações cruciais vêm de pessoas do entorno do investigado:

A entrevista informal deve ser:

5.4.1. Técnicas de conversa

5.5. OSINT e investigação digital

OSINT (Open Source Intelligence) é a investigação feita com base em fontes abertas, ou seja, informações públicas disponíveis em:

5.5.1. Objetivos da OSINT para o detetive

5.5.2. Cuidados éticos

Mesmo em fontes abertas, o detetive deve:

5.6. Análise de imagens, vídeos e horários

Não basta captar imagens; é preciso interpretá-las. A análise técnica busca:

5.6.1. Boas práticas na captura

5.7. Diário de campo e organização das informações

O diário de campo é uma das ferramentas mais importantes do detetive. Nele devem constar:

O diário de campo serve como base para:

5.8. Trabalho em equipe e comunicação operacional

Em operações mais complexas, o detetive atua em equipe. Nesses casos, é fundamental:

5.9. Erros comuns de iniciantes

Alguns erros se repetem entre detetives iniciantes:

Lembrete: investigação é maratona, não corrida de 100 metros. Paciência e constância são mais eficientes que pressa e improviso.

5.10. Conclusão do Capítulo 5

As técnicas de investigação apresentadas aqui formam a base prática do trabalho em campo. Elas devem ser sempre aplicadas em consonância com a ética (Capítulo 3) e com a fundamentação legal (Capítulo 2).

Um detetive profissional:

“Técnica sem ética vira risco. Ética sem técnica vira amadorismo. O detetive profissional reúne as duas.”

Nos próximos capítulos, essas técnicas serão aplicadas em áreas específicas, como investigação conjugal, localização de pessoas e investigações corporativas.