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Associação dos Detetives do Brasil

Apostila – Investigação Privada

Autor: Venâncio Melo – Presidente ADB

Capítulo 16 – Redação Profissional e Formatação de Relatórios
Apostila: Formação em Investigação Privada – ADB
Autor: Venâncio Melo • Instituição: Associação dos Detetives do Brasil

Relatório Técnico Redação Profissional Objetividade Padrão ADB Prova Documental

Capítulo 16 – Redação Profissional e Formatação de Relatórios

O relatório técnico é o produto final da investigação privada. É ele que o cliente verá, mostrará ao advogado e, em muitos casos, apresentará em processos judiciais ou negociações.

Um bom relatório:

Regra central:
“O relatório não é desabafo, é documento técnico.”

16.1. Função do relatório na investigação privada

O relatório tem pelo menos cinco funções principais:

16.2. Princípios de redação profissional

A redação profissional de relatórios deve seguir alguns princípios:

16.3. Estrutura básica de um relatório técnico

Um modelo padrão ADB pode conter:

  1. Cabeçalho institucional (logo, dados do detetive);
  2. Identificação do cliente;
  3. Identificação do investigado (quando houver);
  4. Objeto da investigação (resumo do que foi solicitado);
  5. Período e locais da operação;
  6. Metodologia de trabalho (breve descrição);
  7. Relato cronológico dos fatos;
  8. Conclusão técnica;
  9. Anexos (fotos, prints, mapas, vídeos – descritos);
  10. Assinatura e identificação do detetive responsável.

16.4. Cabeçalho e identificação

O cabeçalho reforça a credibilidade e a origem do documento.

Exemplo de título:
RELATÓRIO TÉCNICO DE INVESTIGAÇÃO PRIVADA – ADB

16.5. Objeto da investigação

Nessa parte, o detetive resume em poucas linhas:

Exemplo:

Exemplo:
“O presente relatório tem por objetivo registrar, de forma técnica e cronológica, os fatos observados relacionados à rotina do Sr. (nome), no período de 10 a 20 de março de 2025, com foco em eventuais encontros extraconjugais na cidade de (...).”

16.6. Período, locais e metodologia

É importante indicar:

Exemplo:

Exemplo:
“As diligências foram realizadas de forma velada, por meio de vigilância estática e dinâmica, com uso de veículo descaracterizado e equipamentos de registro de imagem em via pública.”

16.7. Relato cronológico dos fatos

Esta é a parte central do relatório. A organização é feita por:

Exemplo de estrutura:

O texto deve descrever o que foi visto, sem tirar conclusões morais. Quem interpreta é o cliente e, se for o caso, o advogado.

16.8. Linguagem: o que evitar

Evitar no relatório:

Substituir por expressões técnicas:

16.9. Conclusão técnica

Na conclusão, o detetive:

Exemplo:

Exemplo:
“Diante dos fatos descritos e devidamente registrados em imagem, conclui-se que houve encontros reiterados entre o investigado e a mesma pessoa do sexo feminino, em horários e locais compatíveis com a suspeita apresentada pelo contratante. Não foram observadas outras situações relevantes fora do período registrado nestas datas. Eventual enquadramento jurídico dos fatos deverá ser analisado por profissional habilitado na área jurídica.”

16.10. Anexos: fotos, mapas e vídeos

Os anexos reforçam o que foi descrito no corpo do relatório. Podem incluir:

Cada anexo deve ser referenciado no texto principal:

16.11. Padrão ADB – boas práticas de apresentação

Algumas boas práticas de padrão institucional:

Finalizar com:

16.12. Checklist de relatório profissional

16.13. Conclusão do Capítulo 16

A redação e a formatação de relatórios colocam o detetive em outro patamar profissional. Um relatório bem feito:

“O relatório é a voz do detetive diante de quem nunca esteve em campo com ele.”

Nos capítulos seguintes, a apostila aprofunda a atuação em ambientes hostis, a ética e responsabilidade civil e a postura profissional, fechando o ciclo entre a prática em campo, a proteção do profissional e a qualidade técnica da documentação produzida.