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Associação dos Detetives do Brasil

Apostila – Investigação Privada

Autor: Venâncio Melo – Presidente ADB

Capítulo 14 – Planejamento Operacional
Apostila: Formação em Investigação Privada – ADB
Autor: Venâncio Melo • Instituição: Associação dos Detetives do Brasil

Planejamento Montagem de Rota Matriz de Horários Análise de Risco Operação em Campo

Capítulo 14 – Planejamento Operacional

O planejamento operacional é a ponte entre o contrato assinado e a realidade da rua. É nesta etapa que o detetive transforma a demanda do cliente em estratégia prática de investigação, definindo:

Quanto melhor o planejamento, menor a improvisação e maior a segurança operacional.

14.1. Objetivos do planejamento operacional

O planejamento operacional tem como objetivos:

14.2. Etapas básicas do planejamento

  1. Leitura do contrato e do briefing;
  2. Análise do perfil do investigado;
  3. Estudo de locais e rotinas;
  4. Montagem de rota(s) provável(is);
  5. Definição da matriz de horários;
  6. Escolha de veículos, equipamentos e equipe;
  7. Plano de comunicação e contingência;
  8. Checklist final antes da saída.

14.3. Briefing com o cliente

O planejamento começa com um briefing sólido. O detetive precisa extrair do cliente:

Quanto mais concreto o briefing, mais preciso o planejamento.

14.4. Análise de risco e de ambiente

Antes de definir rotas e horários, o detetive avalia:

Essa análise evita que o detetive se coloque em situação de vulnerabilidade desnecessária.

14.5. Montagem de rota – conceito e prática

A montagem de rota é o desenho prévio dos caminhos prováveis e alternativos que o investigado poderá usar, assim como os que o detetive usará para acompanhar.

14.5.1. Rota principal

É o caminho mais comum, baseado na rotina conhecida:

14.5.2. Rotas alternativas

O investigado pode variar caminhos por:

O detetive antecipa isso mapeando:

14.5.3. Pontos de observação

Além da rota, é importante definir pontos de observação:

Resumo da montagem de rota:
“Não é só seguir o alvo; é saber por onde ele provavelmente vai, por onde ele pode tentar escapar e por onde você pode acompanhar sem ser percebido.”

14.6. Matriz de horários

A matriz de horários é uma tabela simples que cruza:

Exemplos de campos:

Com base nisso, o detetive decide:

14.7. Definição de recursos (veículo, equipamentos e equipe)

O planejamento operacional também escolhe os recursos ideais:

Em rotas com várias possibilidades de saída, pode ser necessário:

14.8. Plano A, Plano B e Plano C

Nenhum planejamento é absoluto. O detetive trabalha com:

Isso impede que o profissional precise improvisar em situações de alta pressão.

14.9. Comunicação durante a operação

No planejamento, devem ser definidos:

Exemplo de código discreto:

Exemplo:
“Código 10” – possível risco / suspeita de descoberta. “Código 20” – alvo perdido, mas com segurança preservada. “Código 30” – operação encerrada por hoje.

14.10. Checklist pré-operação

Antes de sair para a rua, o detetive revisa:

14.11. Registro paralelo para o relatório

Planejar já pensando no relatório final facilita o trabalho. O detetive pode:

Isso torna a etapa de redação final muito mais rápida e precisa.

14.12. Conclusão do Capítulo 14

O planejamento operacional é o que separa o detetive profissional do improvisador. É nele que o profissional demonstra:

“Quem planeja bem, corre menos, se arrisca menos e entrega mais.”

No próximo capítulo, o foco será o trabalho de campo em tempo real, mostrando como o planejamento se transforma em ação prática, vigilância, acompanhamento e coleta de provas em situações reais.