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Associação dos Detetives do Brasil

Apostila – Investigação Criminal

Autor: Venâncio Melo – Presidente ADB

Sumário – Investigação Criminal

  1. Capítulo 1 – Introdução à Investigação Criminal
  2. Capítulo 2 – Fundamentos Jurídicos da Investigação
  3. Capítulo 3 – Cena do Crime: Preservação e Isolamento
  4. Capítulo 4 – Vestígios, Indícios e Evidências
  5. Capítulo 5 – Cadeia de Custódia
  6. Capítulo 6 – Criminalística: Conceitos e Aplicações
  7. Capítulo 7 – Papiloscopia e Lofoscopia
  8. Capítulo 8 – Balística Forense
  9. Capítulo 9 – Documentoscopia
  10. Capítulo 10 – Entrevista e Interrogatório
  11. Capítulo 11 – Técnicas de Observação e Vigilância
  12. Capítulo 12 – Reconstrução do Crime
  13. Capítulo 13 – Perfil Criminal (Criminal Profiling)
  14. Capítulo 14 – Investigação Cibernética
  15. Capítulo 15 – Investigação Financeira
  16. Capítulo 16 – Investigação de Homicídios
  17. Capítulo 17 – Investigação de Estelionato e Fraudes
  18. Capítulo 18 – Investigação de Desaparecidos
  19. Capítulo 19 – Contrainteligência e Antifraude
  20. Capítulo 20 – Relatórios Técnicos e Apresentação de Provas

Capítulo 1 – Introdução à Investigação Criminal

A investigação criminal é o conjunto de métodos, técnicas e procedimentos utilizados para esclarecer um fato criminoso, identificar o autor, o modo de execução, a motivação e as circunstâncias que envolveram o delito. O foco da investigação é a chamada “verdade real”: aquilo que efetivamente aconteceu.

O Investigador Criminal atua tanto em apoio às autoridades estatais quanto em âmbito privado, como consultor e produtor de informações técnicas para advogados, empresas, seguradoras e vítimas. A atividade exige conhecimento jurídico, técnico, psicológico, social e tecnológico.

1.1. Objetivos da Investigação Criminal

1.2. Perfil do Investigador Criminal

Entre as principais características desejáveis, destacam-se:

Importante A investigação moderna combina trabalho de campo (coleta) com trabalho de gabinete (análise). Um bom investigador domina os dois.

Capítulo 2 – Fundamentos Jurídicos da Investigação

Toda investigação deve ser sustentada por base legal. É fundamental conhecer os limites de atuação, os direitos dos envolvidos e as consequências da prova ilícita. Informações obtidas de forma ilegal podem ser descartadas em juízo e ainda gerar responsabilização do profissional.

2.1. Principais Normas Relevantes

2.2. Legalidade e Legitimidade da Prova

Prova é todo elemento que contribui para a formação do convencimento da autoridade. Porém, não basta ter conteúdo útil; a forma de obtenção precisa ser lícita. Gravações ilegais, invasões de domicílio, violação de correspondência ou comunicações sem autorização judicial podem ser crimes e gerar nulidade processual.

2.3. Limites de Atuação do Investigador

Capítulo 3 – Cena do Crime: Preservação e Isolamento

A cena do crime é o ponto de partida da investigação técnica. Quanto menos o local for alterado, mais fiel será a interpretação dos vestígios deixados pelo autor e pela vítima. Intervenções inadequadas podem destruir provas essenciais.

3.1. Primeira Resposta

3.2. Tipos de Locais de Crime

3.3. Erros Comuns

Capítulo 4 – Vestígios, Indícios e Evidências

Vestígio é tudo o que o crime deixa para trás. Pode ser físico, químico, biológico ou digital. A partir dos vestígios, são construídos indícios e, após análise técnica, evidências com valor probatório.

4.1. Conceitos

4.2. Tipos de Vestígios

4.3. Coleta e Acondicionamento

Cada tipo de vestígio exige técnica específica de coleta, embalagem e conservação. Vestígios biológicos deterioram com calor e umidade; vestígios digitais podem ser perdidos com desligamentos incorretos ou formatações.

Regra O vestígio deve chegar ao perito da mesma forma que estava na cena, sem contaminação, troca ou degradação indevida.

Capítulo 5 – Cadeia de Custódia

Cadeia de custódia é o registro cronológico de todos os passos pelos quais a prova passou, desde a coleta até a apresentação em juízo. Garante integridade, autenticidade e rastreabilidade.

5.1. Etapas Básicas

  1. Reconhecimento: identificação do vestígio.
  2. Isolamento: proteção da área.
  3. Fixação: registro por fotos, vídeos, croquis e anotações.
  4. Coleta: remoção técnica do vestígio.
  5. Acondicionamento: embalagem adequada, lacre e identificação.
  6. Transporte: envio seguro ao laboratório/perícia.
  7. Recebimento e Processamento: entrada formal e análise.
  8. Armazenamento: guarda segura até decisão final.
  9. Descarte: destinação final conforme a lei.

5.2. Ruptura da Cadeia

Se não houver comprovação de que o vestígio foi preservado de forma íntegra, abre-se espaço para alegações de adulteração ou troca, comprometendo a credibilidade da prova.

Capítulo 6 – Criminalística: Conceitos e Aplicações

A Criminalística é o ramo das ciências forenses que aplica métodos científicos para examinar vestígios e produzir informações técnicas para a investigação. Atua em estreita colaboração com o Investigador Criminal.

6.1. Principais Áreas

6.2. Relação Investigador x Perito

O perito não substitui o investigador, e vice-versa. As funções se complementam:

Capítulo 7 – Papiloscopia e Lofoscopia

Papiloscopia é a ciência que estuda as cristas papilares (digitais, palmares, plantares). Lofoscopia é o estudo das impressões dessas cristas em superfícies.

7.1. Tipos de Impressões

7.2. Revelação

7.3. Identificação

A identificação se dá pela análise de minúcias (terminações, bifurcações, ilhas). Como não existem duas impressões iguais, a técnica é altamente confiável e amplamente aceita em juízo.

Capítulo 8 – Balística Forense

A Balística Forense estuda armas de fogo, munições, projéteis e seus efeitos, buscando responder questões como: “qual arma foi usada?”, “de onde partiu o tiro?” e “foi acidente ou intenção?”.

8.1. Ramos da Balística

8.2. Exames Comuns

Capítulo 9 – Documentoscopia

A Documentoscopia analisa documentos para verificar autenticidade, detectar falsificações, adulterações, rasuras, inserções e supressões de texto. Essencial em contratos, cheques, identidades, diplomas, laudos etc.

9.1. Elementos Analisados

9.2. Métodos

Capítulo 10 – Entrevista e Interrogatório

A coleta de informação oral é parte essencial da investigação. Entrevistas mal conduzidas geram relatos confusos, imprecisos ou contaminados. A abordagem deve ser planejada e ética.

10.1. Tipos de Entrevista

10.2. Boas Práticas

Ética O Investigador não deve usar ameaças, coações ou humilhações. Além de antiético, pode invalidar a informação e gerar crime.

Capítulo 11 – Técnicas de Observação e Vigilância

A vigilância é usada para acompanhar rotinas de pessoas, veículos ou locais, documentando condutas e confirmando suspeitas. Exige planejamento e discrição.

11.1. Tipos de Vigilância

11.2. Planejamento

Capítulo 12 – Reconstrução do Crime

Reconstrução do crime é reconstituir, de forma lógica e cronológica, o que ocorreu, com base em vestígios, depoimentos, laudos e demais elementos. Não é invenção: é técnica.

12.1. Elementos da Reconstrução

12.2. Uso em Juízo

A reconstituição pode ser feita no local ou por simulações (maquetes, vídeos, animações). Ajuda a esclarecer dúvidas de juiz, promotor, defesa e jurados, reforçando ou enfraquecendo versões.

Capítulo 13 – Perfil Criminal (Criminal Profiling)

O perfil criminal busca traçar características prováveis do autor com base em seu comportamento antes, durante e depois do crime. É ferramenta auxiliar, não prova absoluta.

13.1. Conceitos Essenciais

13.2. Limitações

O perfil não identifica pessoas pelo nome. Ele ajuda a priorizar suspeitos e entender motivações, mas sempre deve ser confrontado com provas materiais.

Capítulo 14 – Investigação Cibernética

Grande parte da criminalidade migrou para o meio digital: golpes, ameaças, difamações, fraudes financeiras e outros delitos são praticados pela internet e dispositivos móveis.

14.1. Campos de Atuação

14.2. Cuidados Legais

A obtenção de dados sigilosos depende de ordem judicial. O Investigador não pode invadir contas ou sistemas. Deve respeitar LGPD, Marco Civil da Internet e demais normas vigentes.

Capítulo 15 – Investigação Financeira

A investigação financeira visa identificar movimentações suspeitas, ocultação de patrimônio, lavagem de dinheiro e fraudes bancárias ou comerciais.

15.1. Padrões Comuns

15.2. Fontes de Informação

Registros em juntas comerciais, cartórios, diários oficiais, relatórios empresariais, redes sociais e bases públicas podem revelar vínculos patrimoniais e societários relevantes.

Capítulo 16 – Investigação de Homicídios

A investigação de homicídios envolve a morte de uma pessoa e exige especial atenção à dinâmica dos fatos, ao contexto social e à motivação do crime.

16.1. Elementos-Chave

16.2. Linha do Tempo

A montagem de uma linha do tempo, com eventos antes, durante e depois do homicídio, auxilia a verificar se as versões apresentadas são compatíveis com os vestígios e laudos.

Capítulo 17 – Investigação de Estelionato e Fraudes

Estelionatos e fraudes envolvem engano, ardil e obtenção de vantagem ilícita. O Investigador precisa entender como o autor convence a vítima e como operacionaliza o golpe.

17.1. Exemplos de Fraudes

17.2. Estratégias Investigativas

Capítulo 18 – Investigação de Desaparecidos

Casos de desaparecimento são extremamente sensíveis e o tempo é fator decisivo. A busca rápida aumenta as chances de localização em segurança.

18.1. Procedimentos Iniciais

18.2. Hipóteses a Considerar

Capítulo 19 – Contrainteligência e Antifraude

Contrainteligência é o conjunto de ações para prevenir, detectar e neutralizar espionagem, sabotagem, vazamento de informações e outras ameaças internas ou externas.

19.1. Aplicações na Investigação

19.2. Medidas Práticas

Capítulo 20 – Relatórios Técnicos e Apresentação de Provas

O relatório é o produto final visível do trabalho do Investigador Criminal. Uma investigação excelente pode perder valor se o relatório for confuso ou mal estruturado.

20.1. Estrutura Sugerida

  1. Cabeçalho: identificação do investigador, cliente, data, referência do caso.
  2. Objetivo: o que se pretendeu apurar.
  3. Metodologia: técnicas empregadas (entrevistas, vigilância, pesquisas etc.).
  4. Descrição dos fatos: exposição cronológica do que foi verificado.
  5. Análise: interpretação técnica dos elementos colhidos.
  6. Conclusão: síntese dos principais achados.
  7. Anexos: fotos, vídeos, documentos, mapas, prints.
  8. Assinatura: com identificação profissional e, se houver, QR Code de validação.

20.2. Boas Práticas na Redação

Conclusão Geral A investigação criminal eficiente une técnica, ética e respeito à lei, produzindo informações confiáveis para a Justiça e para a defesa dos direitos do cliente.